Lenda dos Azulejos Sado

Entre num lugar onde cada detalhe é pensado de corpo e calma, sem descurar a criatividade e o amor. A nossa história inicia-se com o design inspirador dos azulejos, uma obra-prima da autoria da Maia, filha do Patrick e da Simone. O gosto e admiração pela riqueza e virtuosidade do azul e do amarelo, cores proeminentes em Portugal, durante o século XVIII, tornaram-nas na nossa imagem de marca. De nome Meraki, pronunciado “Mehrahkey”, abraça a essência de nós mesmos. Mais do que uma palavra, significa fazer algo, colocando a nossa alma no processo; isto é fazer algo de corpo e alma, com criatividade, esforço e muito amor. Procuramos traduzir este conceito num propósito digno, infundindo-o em cada aspeto do nosso trabalho no Refúgio da Quinta Nere Maitia. O Refúgio é o nosso sonho mais antigo, agora tornado realidade com dedicação e paixão. A Quinta, um paraíso que encontramos, há quase 3 anos, é como que a tela na qual desenhamos as emoções que temos sentido com o desenrolar deste projeto. Com o Meraki, não nos limitamos a construir um refúgio, mas a criar uma experiência imersa em autenticidade. Os nossos corações enchem-se de gratidão perante os indivíduos talentosos que se vieram a juntar ao Patrick e à Simone, ao longo do percurso. Artesãos, artistas, arquitetos, carpinteiros, engenheiros, entre tantos outros inúmeros criativos que assumiram uma crescente importância no projeto, ao longo dos últimos 2 anos e meio. Deixe-se envolver na beleza dos azulejos pintados à mão e na história de dedicação e mestria de cada um. Junte-se a nós e aprecie o culminar do Meraki no Refúgio Quinta Nere Maitia— um lugar onde o amor, a criatividade e a alma se interligam para a criação de uma experiência única.
Ocupando grande parte do estuário e área circundante (partes de Alcácer do Sal, Grândola, Palmela e Setúbal), a Reserva Natural do Estuário do Sado é uma mistura de águas fluviais e marítimas, na qual os bancos de areia, as dunas e os campos repletos de fenos e canas protegem um ecossistema rico em fauna e flora dos olhares mais curiosos. A Reserva é particularmente importante para diversas espécies de patos e para os golfinhos, dado que a maior colónia destes cetáceos do país habita na mesma. A linha costeira, as dunas de Tróia e as Lagoas da Herdade do Pinheiro, numa área total de 23 000 Ha, fazem também parte desta Reserva Natural.
O Mosteiro Franciscano, Convento da Arrábida, é um complexo formado por duas capelas, refeitório, cozinha e biblioteca. Para além destes, o edifício conta com mais de 40 pequenos quartos, para que os monges se pudessem retirar para meditações em completo isolamento. O Convento e os seus edifícios, casas, torres de vigia e muralhas estendem-se ao longo de uma área de 25Ha na Serra da Arrábida, sendo que no topo mais alto se encontram ruínas da parte mais antiga do Mosteiro. À entrada da capela encontra-se uma estátua em mármore de Frei Martinho, um dos fundadores e habitantes do Mosteiro. Em meados do século XVI, Frei Martinho apaixonou-se pela beleza daquele lugar e decidiu implementar aí um local de retiro espiritual. Apesar de não ser alvo de muitas visitas, sobretudo pela zona isolada em que se encontra, existe a possibilidade de pernoitar em alguns dos quartos do Mosteiro e apreciar a beleza tão idílica e mística que aí reside.
A Serra da Arrábida é um parque natural desde 1976 e conta com uma área de 10 521 hectares e com uma altitude de 501 metros. Para além das praias e belíssimas paisagens, este parque é um lugar seguro para várias espécies raras de animais; também existem inúmeras grutas por explorar. Um desses animais trata-se do Lince Ibérico (Lynx pardinus), um gato selvagem cuja espécie é endémica da Península Ibérica. Faz parte da lista de espécies em perigo da União Internacional da Conservação da Natureza. Isto deve-se porque no século XX, a população de Linces Ibéricos sofreu um profundo declínio, fruto da caça excessiva, destruição de habitats naturais, diminuição de fontes de alimento (declínio no número de coelhos europeus) devido a doenças hemorrágicas e mixomatoses. Com o início do século XXI, esta espécie única (que evoluiu do Lince Issioderensi) estava em vias de extinção. Foram levadas a cabo medidas de proteção e conservação: melhoria dos habitats, reintrodução dos coelhos, trasladação e monitorização dos Linces Ibéricos. Graças a este esforço coletivo e contínuo, a população aumentou para 1 111 linces, em 2021!
O Estuário do Sado recebe mais de 30 golfinhos roazes, num fenómeno único! Esta colónia é uma das três que residem em estuários na Europa! Os roazes são animais selvagens e nem sempre é garantido que sejam avistados. A taxa de sucesso, apesar de tudo, é elevada e é, indubitavelmente, uma experiência inesquecível. Existem inúmeras opções de passeios de barco para a observação dos golfinhos do Sado, sem que lhes seja causado qualquer tipo de distúrbio. Esta é uma ótima maneira de descobrir a Costa da Serra da Arrábida e Tróia.
Os Flamingos apareceram no Estuário do Sado em 1989, e desde aí que marcam uma presença regular na área. Durante a época das migrações, o estuário recebe mais de 120 000 aves, com especial enfoque para os cowbirds negros, que se concentram nesta zona, e que constituem mais de 20% das espécies que habitam o Oeste da Europa. No entanto, são os bandos de flamingos que constituem o fenómeno mais espetacular. Parece sempre impossível determinar ao certo quantos se concentram nas salinas de Alcochete, perto de Lisboa; uma imagem que se repete à medida que se avança em direção a sul. Algumas das principais espécies de aves que têm vindo a habitar a região do Sado são: Mergulhão-de-pescoço-preto, Mergulhão-de-crista, Garça-boieira, Garça-branca-grande, Garça-vermelha, Cegonha-branca, Íbis-branca, Colhereiro, Flamingo, Pato-mergulhão, Águia-pesqueira, Águia-cobreira, Águia-calçada, Águia de Bonelli, Milhafre-preto, Milhafre-preto, Tartaranhão-caçador, Falcão-peregrino, Carrilhão-de-água, Galinha-do-pântano, Alfaiate, Pernilongo, Tarambola-de-Kentish, Pilrito-pequeno, Maçarico-de-bico-preto, Felosa, Gaivota-mediterrânica, Andorinha-do-mar-anã, Andorinha-do-mar-cáspio, Andorinha-do-mar-preta, Cuco malhado, Coruja-das-torres, Noitibó-de-nuca-vermelha, Andorinhão-pálido, Poupa, Abelharuco, Cotovia-de-crista, Cotovia-da-Índia, Cotovia-dos-prados, Andorinha-das-chaminés, Charneca, Alvéola-amarela (raça ibérica), Pisco-de-peito-azul, Toutinegra-da-Sardenha, Toutinegra-de-Dartford, Cisticola-dos-Zitters, Toutinegra-de-Savi, Cetti, Toutinegra-dos-caniços, Toutinegra-dos-caniços, Toutinegra-dos-caniços, Toutinegra-de-bonelli, Chiffchaff-ibérico, Chapim-de-crista, Chapim-Pendulineo, Picanço-da-madeira, Picanço-cinzento-do-sul, Pega-azul, Estorninho-preto, Pardal-das-rochas, Serinheiro e Junqueiro.
A grande cumeeira de calcário da Serra da Arrábida, abriga em si algumas dos mais antigos espécimes vegetais mediterrânicos. Hoje em dia área protegida, as encostas desta cadeia montanhosa única, que se estende em direção Este-Oeste atingindo 500 metros de altitude, estão cobertas pela floresta original da Península de Setúbal conhecida por maquis Mediterrânica, fruto do clima particularmente ameno da região. A região do Sado é uma paisagem de riqueza costeira composta por um autêntico mosaico formado de pomares, vinhas, pastagens com imensa arquitetura histórico-militar, pequenas povoações, quintas e casas de veraneio. O contraste entre o seu relevo ligeiramente ondulado a par da abrupta presença do mar e das suas falésias escarpadas, constitui uma das imagens mais impressionantes do sul da Europa. Em termos geológicos, a área destaca-se por quatro grandes razões, nomeadamente pela sua importância científica, a ocorrência regular da Brecha da Arrábida (um tipo de rocha mármore altamente valorizada), a sua topografia/fenómenos cársicos e o pequeno local da Pedra da Mua, na qual residem importantes fósseis e pegadas de dinossauro. Localizada entre dois grandes estuários, Sado e Tejo respetivamente, a Serra da Arrábida é o habitat natural de uma grande variedade de vida selvagem, com um total reportado de 34 espécies de mamíferos, 200 de aves (das quais residentes e migratórias), 17 de répteis e 12 de anfíbios que lá habitam. Para além destes é, também, habitat natural de algumas das mais importantes colónias de morcegos, gatos-selvagens/ linces, corujas, falcões peregrinos e a magnífica águia de Bonelli. É também local de onde provém o vinho Moscatel, com as suas incríveis vinhas e campos verdes e férteis, onde rebanhos de ovelhas pastam e, posteriormente, o leite produzido é usado na produção do famoso Queijo de Azeitão.
O Coelho Europeu (Oryctolagus cuniculus) é uma espécie nativa da Península Ibérica (Portugal, Espanha e Andorra), oeste de França, parte norte da cadeia montanhosa do Atlas e, ainda, no noroeste africano. O Coelho Europeu, é bem conhecido por escavar redes de tocas (e túneis), nas quais passa a maior parte do seu tempo, sempre que não está à caça. Contrariamente aos coelhos “coumuns”, as crias nascem sem pêlo e desprovidas de visão, e como tal estão dependentes das mães que as alimentam enquanto se desenvolvem no ninho, forrado a pelo.
A Fortaleza de Santiago de Sesimbra localiza-se na povoação de Santiago, na cidade costeira e município de Sesimbra, no distrito de Setúbal. Foi construída entre 1642 e 1648, no local de um antigo forte Manuelino do século XVI. A Fortaleza de Santiago tem coexistido com a comunidade de Sesimbra ao longo de 365 anos. Foi construída num período em que as ameaças provenientes do mar eram uma constante e, por isso, as fronteiras marítimas requeriam observação e proteção incisivas. Felizmente, com o passar dos tempos as ameaças cessaram, pelo que a importância defensiva da Fortaleza diminuiu.
Durante a Guerra Anglo-Espanhola (1585-1604), teve lugar a Batalha de Sesimbra entre duas forças navais inglesas e a frota espanhola, a 3 de junho de 1602. Os ingleses conseguiram afundar dois dos navios espanhóis, forçando a sua retirada da vila piscatória de Sesimbra, a qual havia sido por eles atacada, pilhada e fortemente destruída. A Fortaleza, como hoje é conhecida, foi construída mediante a ordem do Rei D. João IV para o fortalecimento das barreiras portuguesas no Atlântico, de modo a fazer face aos ataques da marinha espanhola durante a Guerra da Restauração (1640-1668). Em muitos casos, tal coisa requeria uma prévia reestruturação das fortalezas e o aumento do espólio de armas. O rei nomeou João de Cosmander, um engenheiro militar da Jesuíta Holandesa, supervisor da construção da nova fortaleza (construída sob o antigo forte do tempo de D. Manuel I) com o intuito de proteger o porto piscatório de Sesimbra de ataques pirata e da marinha espanhola. A Fortaleza, construída no sentido Este-Oeste ao longo da praia, tem uma estrutura bastante sólida e aparência austera. Foi desenvolvida mediante o plano de um polígono em forma de estrela, com corpo retangular e baluartes envoltos em barras cilíndricas. O interior do espaço foi dividido de modo a receber a residência do Governador, casas de munições, cisternas, armazéns e uma capela. O lado norte da Fortaleza, de frente para a aldeia, apresenta um aspeto menos militarizado. O arco redondo da entrada, coberto de armas que possuem o escudo nacional, apresenta a data de inauguração, em 1648. Em 1712, o rei D. João V decide instalar as forças militares da região na Fortaleza. Durante este período, a Fortaleza era também a residência oficial de verão de todos os filhos bastardos do Rei, conhecidos por “Rapazes da Palhavã”. A estrutura sofreu grandes danos devido ao infame Terramoto de 1 de novembro de 1755, que abalou a grande maioria do território português. Após este, foi levado a cabo um plano de reconstrução da ala norte das muralhas, da Porta das Armas e das casas de munições do Capitão. Em 1781, a muralha havia sido substituída com sucesso; em 1815, a fortificação encontrava-se num tal estado de ruína que foram levadas a cabo novas obras. Em 1832 as milícias deixaram o edifício que foi, consequentemente, reocupado (o último registo de ocupação militar data de 1846). Em 1879, este foi cedido à Guarda Fiscal e passado ao Departamento de Alfândega em 1889.