Lenda dos Azulejos Lisboa

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Entre num lugar onde cada detalhe é pensado de corpo e calma, sem descurar a criatividade e o amor. A nossa história inicia-se com o design inspirador dos azulejos, uma obra-prima da autoria da Maia, filha do Patrick e da Simone. O gosto e admiração pela riqueza e virtuosidade do azul e do amarelo, cores proeminentes em Portugal, durante o século XVIII, tornaram-nas na nossa imagem de marca. De nome Meraki, pronunciado “Mehrahkey”, abraça a essência de nós mesmos. Mais do que uma palavra, significa fazer algo, colocando a nossa alma no processo; isto é fazer algo de corpo e alma, com criatividade, esforço e muito amor. Procuramos traduzir este conceito num propósito digno, infundindo-o em cada aspeto do nosso trabalho no Refúgio da Quinta Nere Maitia. O Refúgio é o nosso sonho mais antigo, agora tornado realidade com dedicação e paixão. A Quinta, um paraíso que encontramos, há quase 3 anos, é como que a tela na qual desenhamos as emoções que temos sentido com o desenrolar deste projeto. Com o Meraki, não nos limitamos a construir um refúgio, mas a criar uma experiência imersa em autenticidade. Os nossos corações enchem-se de gratidão perante os indivíduos talentosos que se vieram a juntar ao Patrick e à Simone, ao longo do percurso. Artesãos, artistas, arquitetos, carpinteiros, engenheiros, entre tantos outros inúmeros criativos que assumiram uma crescente importância no projeto, ao longo dos últimos 2 anos e meio. Deixe-se envolver na beleza dos azulejos pintados à mão e na história de dedicação e mestria de cada um. Junte-se a nós e aprecie o culminar do Meraki no Refúgio Quinta Nere Maitia— um lugar onde o amor, a criatividade e a alma se interligam para a criação de uma experiência única.
O elétrico mais conhecido é o Elétrico nº. 28 cujo percurso faz a ligação entre o Martim Moniz e o Campo de Ourique. Apesar de se poder aceder através de qualquer das paragens, o percurso inicia-se no centro histórico, mais precisamente, no Largo do Martim Moniz, seguindo-se a Graça e em direção à Igreja de São Vicente de Fora. A Rede de Elétricos de Lisboa é um sistema de elétricos que servem Lisboa. Operacional desde 1873, possui, atualmente, 6 linhas. Estende-se por 31 km e tem 63 elétricos em atividade (45 históricos já remodelados, 8 históricos “ligeiros” e 10 articulados modernos). A oficina/ garagem fica em Santo Amaro, em Alcântara. A 30 de agosto de 1901, os primeiros carris elétricos foram instalados. Nesse mesmo ano, todos os antigos carris não eletrificados foram substituídos e em 1913 todos os elétricos que funcionavam a cabo foram retirados de circulação. Até 1959, a rede continuava em desenvolvimento e nesse ano atingiu a sua extensão máxima. Nessa altura existiam na cidade de Lisboa 27 linhas, das quais 6 operavam de modo circular. A rede sofreu um lento e prolongado declínio que se acentuou com a construção do Metro de Lisboa e a expansão da rede urbana de autocarros. Como as linhas circulares operavam no sentido horário e anti-horário, cada uma com seu próprio número de rota, é mais correto falar de um total de 24 rotas de bonde, todas elas percorrendo 900 mm (2 pés 11+7⁄16 pol.) linhas de rota de bitola estreita.
O Castelo de São Jorge avista-se de qualquer ponto da cidade. Tal como em bastantes outros, no Castelo de São Jorge viveram inúmeras pessoas ao longo da história e a sua função foi-se alterando com o passar dos tempos. As partes mais antigas datam do século VI, aquando da sua fortificação pelos Romanos, Visigodos e, eventualmente, pelos Mouros. Foi a residência real oficial Mourisca, até que D. Afonso Henriques o tomou e conquistou em 1147, com a ajuda dos Cruzados do norte da Europa (na sua demanda pela Terra Santa). Mais tarde foi dedicada a São Jorge, santo padroeiro de Inglaterra, aquando da celebração do Pacto Anglo-Português de 1371, altura em que o rei D. João I casou com D. Filipa de Lencastre. Nessa altura já São Jorge havia sido proclamado santo padroeiro e protetor da família real inglesa. O Castelo tornou-se o palácio real até à construção de um outro (que havia sido destruído por um tremor de terra) na atual Praça do Comércio. Inevitavelmente, com o início do século XVI, o castelo perdeu a sua importância, tal como sucedeu com inúmeros na Europa. O seu estilo já não estava em voga e pelo que já não servia(m) o seu propósito. Foi transformado em depósito militar e prisão no século XVII, no entanto sofreu grandes danos aquando do Terramoto de 1755, sendo que apenas o hospital militar aí permaneceu por mais algum tempo. Hoje em dia é como que um santuário no qual o sossego impera, no entanto logo após a porta principal encontra-se a estátua de D. Afonso Henriques e uma série de canhões que nos relembram do seu propósito original. O que resta do Palácio das Alcáçovas (residência real medieval) foi transformado num edifício de restauração e à volta encontra-se a secção museu arqueológica com três câmaras subterrâneas (incluindo aquela em que Vasco da Gama foi recebido pelo rei D. Manuel em 1499, após a sua viagem à Índia). A maioria do edifício foi-se deteriorando com o passar do tempo, sobretudo com o Terramoto de 1755, no entanto uma longa extensão da muralha e 18 torres foram restauradas no início do século XX. Os visitantes podem aceder às torres com recurso aos degraus e percorrer as rampas para desfrutar da sublime e das mais belas vistas da cidade de Lisboa ou, relaxar nos jardins onde os pavões, gansos e patos dão um ar da sua graça. A Torre de Ulisses (uma das internas) possui a Câmara Escura, na qual um periscópio projeta imagens de toda a cidade. Ao chegar às ruínas do antigo palácio é impossível não reparar na presença dos pavões. Estão por todo o lado, desde o pátio, árvores, telhados e sobretudo em redor do café. E porquê? Para além de serem aves lindíssimas, sempre se acreditou que os pavões carregam um forte simbolismo etéreo. Na Grécia Antiga eram vistos como símbolo da imortalidade, ao passo que os Cristãos sempre acreditaram que a ponta das suas penas representava o Olho de Deus. Por acréscimo, tornaram-se a mais absoluta representação da realeza e guardiões dos Monarcas.

FADO

O Fado, música apaixonante e carregada de saudade, é uma parte importantíssima da identidade musical portuguesa. Normalmente cantado carregado de sentimento por um(a) cantor(a) a solo, acompanhado/a da guitarra portuguesa; numa melodia e cantar que expressam tremenda nostalgia e saudade… Os temas mais populares remetem a poemas sobre o amor, sorte, destino (de cada um) e a narrativa diária da cidade em tempos de injustiça social. Proveniente do meio popular da Lisboa de 1800, o Fado estava presente nos momentos de lazer e convívio. Acontecia de forma espontânea, dentro ou fora de portas, em jardins, touradas, retiros, ruas e becos, tabernas, cafés de camareiras e casas de meia-porta. O Fado era usado como um reflexo da vivência de cada um na sociedade portuguesa, tendo em conta os diferentes contextos da época e demonstrado em locais mais marginalizados (frequentados por prostitutas, faias, marinheiros, empresários da noite e marialvas). Os fadistas (cantores, mas também atores) são descritos como figuras rudes, bruscas, encorpadas e que fazem uso de uma linguagem pouco cuidada, mas cuja voz rouca cativava. Claro que pela sua associação à sociedade marginalizada o Fado não era valorizado pelos (escassos) intelectuais da época sendo profundamente rejeitado. Dada a partilha de espaços lúdicos entre a aristocracia boémia e as franjas mais desfavorecidas da população lisboeta, a história do Fado cimentou-se com base no mito do episódio amoroso entre o Conde de Vimioso e Maria Severa Onofriana (1820-1846), uma prostituta cujo talento para o canto depressa a tornou uma das mais aclamadas figuras da História do Fado (e um eterno mito). Claro que esta relação amorosa entre “dois mundos” completamente diferentes deu origem a uma série de poemas, alguns cantados e, inclusive, adaptações para filmes e peças de teatro. Eventualmente, o Fado viu a sua extensão de influência ser aumentada e apropriada a partir de finais do século XIX, com o aparecimento de novas variantes. Foi também nesta altura que a guitarra portuguesa assumiu mais popularidade, graças à sua progressiva difusão dos centros urbanos para as áreas rurais. Nas primeiras décadas do século XX, o Fado foi, gradualmente, mais divulgado e ganhou consagração popular graças à publicação em jornais e à consolidação de infraestruturas para a realização de atuações. Formaram-se então agendas culturais, nas quais o Fado começava a assumir, cada vez mais, protagonismo, pois era visto como uma boa fonte de potencial rendimento (fixava elencos fixos que acabavam por constituir grupos artísticos que atuavam para grupos de turistas). Ouvir Fado tornou-se um ritual e para isso surgiram as casas de fado, concentradas sobretudo nos bairros históricos de Lisboa (Bairro Alto, sobretudo desde os anos 30). A transmissão de rádio permitiu que o Fado alcançasse cobertura nacional e quebrasse as barreiras geográficas do país, chegando a milhares de ouvintes, até que, em 1957, surgiu a Rádio e Televisão Portuguesa (RTP) que facilitou o processo de transmissão (uma vez que se tornou pública, a partir dos anos 70) e promoção dos artistas. Foi durante os anos 50, que Fado assumiu o caminho da poesia erudita, através da voz de Amália Rodrigues. Após a colaboração com o compositor Alain Oulman, o Fado começou a ser cantado com recurso a poemas de autores bem consagrados academicamente de entre os quais: David Mourão-Ferreira, Pedro Homem de Mello, José Régio, Luiz de Macedo, mais tarde Alexandre O’Neill, Sidónio Muralha, Leonel Neves e Vasco de Lima Couto, entre tantos outros. A divulgação internacional do Fado começou em meados da década de 30 e este espalhou-se pelo continente africano e pelo Brasil, destinos nos quais atuavam uma série de artistas, de entre os quais, Ercília Costa, Berta Cardoso, Madalena de Melo, Armando Augusto Freire, Martinho d’Assunção e João da Mata, entre outros. Ultrapassou barreiras linguísticas e culturais de tal modo que o Fado se tornou um ícone da cultura nacional graças a Amália Rodrigues que durante décadas de atuações ascendeu ao estrelato nacional e internacional. O interesse pela cultura musical local tem vindo a ganhar importância e para além de Amália, Carlos do Carmo também se assumiu um dos mais afamados fadistas portugueses. Nos anos 90 e com o virar do século surge uma nova geração de intérpretes talentosos: Mafalda Arnauth, Katia Guerreiro, Maria Ana Bobone, Joana Amendoeira, Ana Moura, Ana Sofia Varela, Pedro Moutinho, Helder Moutinho, Gonçalo Salgueiro, António Zambujo, Miguel Capucho, Rodrigo Costa Félix, Patrícia Rodrigues, e Raquel Tavares, a nível internacional. No entanto, a verdadeira protagonista é Mariza, cujo percurso fulgurante é repleto inúmeras premiações a nível mundial, tornando-se assim a mais aclamada embaixatriz do Fado.
Construído em 1746 o Aqueduto das Águas Livres, é constituído por 109 arcos de pedra, que aquando da sua construção eram os mais altos do mundo. Percorre uma distância total de 58km, apesar de o troço mais visível ser de 14 arcos que cruzam o vale de Alcântara (a melhor vista é da estação ferroviária de Campolide). Surpreendentemente ficou intacto aquando do Terramoto de 1755, que destruiu grande parte de Lisboa. Este facto contribuiu para que fosse reconhecido nacional e internacionalmente pela sua solidez e desenvolvimento técnico da engenharia militar portuguesa. O Aqueduto é um exemplo da arquitetura Barroca, cuja construção, entre 1731 e 1799, foi ordenada pelo monarca D. João V. A ideia de o aqueduto reter as “águas livres”, ocorreu numa altura em que a distribuição de água na cidade de Lisboa era insuficiente, sobretudo a oeste, no Bairro Alto, o qual sofria com o excesso de população dado o exacerbado desenvolvimento urbano desde finais do século XVI. É uma estrutura hidráulica de pedra talhada extraída de Lisboa, juntamente com alvenaria de calcário. Foi o último grande aqueduto a ser construído em todo o mundo, consistindo num sistema de retenção e transporte de água, que atravessa 5 municípios diferentes de Lisboa: Amadora (onde se estende paralelamente à linha de caminhos de ferro que liga Sintra a Lisboa), Lisboa, Odivelas, Oeiras e Sintra. Tem início numa área rural em Sintra, na qual coabita com campos de cultivo e pinhais e, ao longo de toda a sua extensão cruza áreas urbanas, rodeadas de edifícios e vias públicas. Existem condutas de ventilação e clarabóias que fornecem a luz necessária para que a água seja conduzida ao longos dos túneis, para além disso garantem o oxigénio necessário que garanta a qualidade da água e permitem que os técnicos limpem as sarjetas e façam supervisões periódicas à infraestrutura. Na secção que se avista do vale de Alcântara, a ventilação e as claraboias são mais elaboradas, dispondo elementos arquitetónicos mais eruditos, de entre os quais pilares e frontões. O Aqueduto das Águas Livres culmina num reservatório – a Mãe d’Água das Amoreiras – cujo intuito era não só ser de natureza utilitária, mas também, dada a sua localização geográfica, ser dotado de um aspeto artístico que lhe confere grandiosidade e uma clara visibilidade. Em 1719, Dom João V, trouxe de Itália um dos expoentes máximos da arquitetura da sua geração, Filippo Juvarra. A sua intenção era planear um novo palácio real e uma Igreja Patriarcal cuja grandeza servisse para demonstrar o seu poder, opulência e magnificência enquanto monarca. Foi graças aos esboços de Juvarra para este projeto complexo que, ocorreu ao monarca a construção do Aqueduto das Águas Livres (que foi a chave na modernização da zona oeste de Lisboa). Para além deste, D. João V contou ainda com o trabalho de inúmeros especialistas, mestres pedreiros e arquitetos estrangeiros: António Cannevari, Carlos Mardel, João Frederico Ludovice, Miguel ngelo Blasco e Theresio Michelotti, entre outros. O Aqueduto (juntamente com o reservatório da Mãe d’Água das Amoreiras) foi classificado Monumento Nacional o que lhe garante uma Área Especial de Proteção, de 50m ao longo de toda a sua extensão, que garante a sua salvaguarda.
Durante as várias fases da expansão marítima do século XV, ocorreram várias transformações nos navios usados pelos portugueses. De acordo com os registos da época, em 1552, existiam cerca de 1500 barcos fluviais que serviam a cidade de Lisboa e mais 1500 que correspondiam a diversos tipos de embarcações provenientes de vários países que entravam no porto de Lisboa todos os anos. Estes navios, ficavam ancorados no porto enquanto a tripulação recolhia mantimentos, que por sua vez eram carregados ao longo do rio Tejo. Subir o rio não era tarefa fácil para os barcos, uma vez que a zona era de águas pouco profundas e os barcos eram usados com diferentes propósitos. Alguns dedicavam-se ao transporte de uma série de produtos para comércio e outros realizavam apenas atividades piscatórias; daí surgiu a necessidade de criar embarcações de características diferentes: uns de quilha, outros de meia quilha e, ainda, os de fundo raso com proa curva ou direita e todo o tipo de velas e mastros; os barcos variavam também em formato, cor e dimensão. Os barcos de transporte de passageiros mais conhecidos eram: o Catraio, Caiaque, Bote, Batel, Canoa, Falua e o Bote Cacilheiro. Já os de transporte de mercadorias eram: os Barcos dos Moinhos, Barcos de Riba-Tejo, Cargueiros, Bateiras, Faluas, Canoa, Cacilheira, Varinos e Fragatas. Já para a pesca eram: os Caíques, Saveiros e Muletas. De todos os navios de carga e de transporte, os Varinos e as Fragatas eram os mais emblemáticos do Rio Tejo. As rotas de comércio fluvial e de transporte de passageiros que se estabeleceram no Rio Tejo, desempenharam um papel de extrema importância até meados do século XX, na zona de Lisboa, entre as duas margens (norte e sul) e ainda na costa interior e zona ribeirinha do Ribatejo. No entanto, com o aparecimento dos barcos a vapor, nos anos 60 os pequenos barcos de mercadorias e transporte de passageiros começaram a desaparecer e a navegação em direção a montante (sentido nascente) perdeu impacto. Ainda assim, graças à determinação e paixão da comunidade e ao apoio das autoridades locais as tradições e valores da época foram mantidas e estas embarcações atraem imensos turistas curiosos.
A Praça do Comércio é uma praça larga de frente para o porto e uma das maiores do país, com uma área de 30,600 m2 (175m x 175m). De frente para a margem sul do Tejo, é também conhecida por Terreiro do Paço, dado que foi a localização do Paço da Ribeira, principal residência monárquica, ao longo de mais de 250 anos, até ter sido destruído pelo Terramoto de 1755 . Nessa altura a família real muda-se para Belém, e os novos edifícios em arcada estabeleceram-se enquanto portas da cidade. Após o Terramoto, a Praça foi remodelada por completo como parte integrante do plano de reconstrução da Baixa Pombalina, levado a cabo por Sebastião José de Carvalho e Melo (Marquês de Pombal), Primeiro Ministro português de 1750 a 1777, durante o reinado de D. José I. Desde o século XIX, que a Praça do Comércio se assumiu a sede de alguns dos mais importantes departamentos estatais, incluindo o Ministério das Finanças, Administração Interna, Assuntos Agrícolas e Marítimos; antes da Revolução dos Cravos (1974) e da criação do Ministério da Defesa, era também a localização dos Ministérios da Marinha e da Guerra, bem como do antigo Ministério das colónias (até 1967), tornando-se também sede do Governo Central Português e do Supremo Tribunal. Do lado norte encontra-se o mítico Arco da Rua Augusta, bem como um dos cafés mais icónicos, o Café Martinho da Arcada. Desde 1782 que aí está e era o local de eleição de Fernando Pessoa, Almeida Garrett e Eça de Queiroz. No centro da praça encontra-se uma estátua (de 14m de altura) de D. José I montado a cavalo, envergando o manto imperial. O principal posto de turismo da cidade localiza-se num dos edifícios clássicos do lado oeste da praça, no qual se fornecem informações pertinentes sobre locais a visitar, sugestões de produtos tradicionais a comprar, entre outras. A maioria dos escritórios pertencentes ao governo que se espalhavam por toda a praça foram, atualmente, substituídos por restaurantes com esplanadas. Existe também um museu moderno interativo, o “Lisboa Story Centre”, dedicado à história da cidade. Em junho de 1910, apenas alguns meses após a Implantação da República, a Praça do Comércio foi classificada Monumento Nacional de Portugal. .
No início do século XIX, em Belém, perto do Mosteiro dos Jerónimos existia uma refinaria de açúcar elencada numa pequena loja. Um dos resultados da Revolução Liberal de 1820 foi o fecho de todos os conventos e mosteiros do país em 1834, sendo os clérigos e colaboradores expulsos dos mesmos. Numa tentativa de sobreviverem, alguém do mosteiro doou alguns pastéis (doces) para serem vendidos na loja; pastéis estes que rapidamente se tornaram conhecidos por “Pastéis de Belém”. Nessa altura Belém era considerada longe da cidade de Lisboa e o seu acesso era meramente possível através de barcos a vapor. Ao mesmo tempo, a grandiosidade do mosteiro e da Torre de Belém atraía visitantes que depressa se tornaram apreciadores destes deliciosos pastéis (originários do Mosteiro). Em 1837, a confecção dos “Pastéis de Belém” começou nos edifícios interligados à refinaria, seguindo a “receita secreta” ancestral do mosteiro que era passada a todos os mestres confeiteiros que os produziam numa “sala secreta”. A receita permaneceu sem qualquer alteração até aos dias de hoje, dada a sua qualidade. Há quem diga que os pastéis provenientes da Fábrica são os verdadeiros, isto porque também são dados dois nomes diferentes aos mesmos (Nata e Belém). Porém, a explicação é deveras simples, isto porque pastel de nata é um termo genérico, enquanto pastel de Belém ganhou popularidade devido ao prestígio da sua fábrica e pastelaria única. Ali vendem-se, diariamente, mais de 20 000 pastéis de nata e, escusado será dizer que, as filas são enormes, o que por vezes pode tornar o serviço um pouco caótico. A sugestão passa por pedir um pastel, ou uma caixa de 6, ao balcão ou sentado na pequena salinha (se tiver a sorte de conseguir mesa vazia). É comum serem salpicados de canela e acompanhados de uma bica. Para quem não tiver oportunidade de visitar a Fábrica, não é alarmante pois existem imensas pastelarias ao longo do país cujos pastéis de nata são deliciosos!!!!!
A Catedral de Lisboa, ou Sé de Lisboa, é a igreja mais importante e antiga da cidade. A sua construção teve início no século XII e o estilo predominante é Romano. É um dos mais importantes exemplos de fortificações do país, dado que se manteve intacta mesmo durante uma série de desastres naturais que assolaram Portugal (tendo apenas sido alvo de algumas reparações). De aparência austera e predominância do estilo Romano, as várias alterações que sofreu ao longo do tempo, permitiram uma fusão de estilos que dão à Sé um cunho especial. De fora, está protegida por paredes espessas, emolduradas por duas torres sineiras, o que confere à Sé uma aparência de fortaleza medieval (mais do que de igreja). A fachada retém o estilo romano do século XII com a janela em rosácea a assumir o protagonismo. Lá dentro, o espaço é um templo que, apesar do aspeto austero, é dotado de elementos decorativos especiais, destacando a fonte na qual Santo António de Pádua foi batizado, um sarcófago do século XIV e uma capela gótica do mesmo período. A pior catástrofe alguma vez experienciada pela Sé (e não só) foi o Terramoto de 1 de Novembro de 1755, que abalou toda a cidade sem precedentes (foi um dos epicentro), deixando um rasto de destruição ameaçador. A Sé foi afetada e teve de ser renovada interna e externamente. No claustro existem ainda vestígios Romanos, Árabes e Medievais, encontrados através de escavações, que ajudaram a redefinir a história da cidade. Na entrada para o claustro é cobrada uma pequena quantia, no entanto é uma visita que vale a pena! Na parte superior da Catedral fica a Sacristia, na qual reside uma grande parte do tesouro (fatos, jóias e relíquias de diferentes períodos).
Com 2,278 metros de distância, a Ponte 25 de Abril é a mais extensa ponte suspensa da Europa e a primeira a ser construída em Lisboa; tem uma vista incrível de qualquer ponto e é mais extensa que a Ponte Golden Gate (São Francisco, EUA). Tem dois andares, o primeiro para a circulação de carros e no de baixo para comboios, adicionado. Demorou 45 meses até ficar concluída e foi inaugurada a 6 de agosto de 1966, e chamada de Ponte Salazar (em nome do ditador português que governou até 1974, António de Oliveira Salazar). Após a Revolução dos Cravos, que pôs termo à ditadura no país, o nome da ponte foi alterado para Ponte 25 de abril. O seu design foi levado a cabo pela Empresa Americana de Pontes, responsável pela Ponte Golden Gate, daí as semelhanças entre ambas as pontes. Por baixo, fica a zona de docas e a marina repleta de restaurantes e bares. Em 2017 instalou-se um museu e um local de observação conectado a um dos pilares da ponte (cujo acesso fica perto do Vila Galé Opera Hotel), permitindo que os visitantes aprendessem sobre a história e engenharia da ponte enquanto apreciam uma vista incrível da cidade. Do outro lado da ponte (em Almada, na margem sul) fica o Santuário do Cristo Rei, monumento católico dedicado ao Sagrado Coração de Jesus. Foi inspirado pela Estátua do Cristo Redentor na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil, após a visita do Cardeal Patriarca de Lisboa.
Considerada uma autêntica obra prima da arquitetura do século XVI em Portugal, o Mosteiro dos Jerónimos figura na lista de monumentos nacionais e inscrito na Lista do Património Mundial da UNESCO (1983). Localiza-se numa das mais nobres áreas de Lisboa, cuja história e paisagem sob o envolvente Rio Tejo saltam, imediatamente à vista. A fachada do mosteiro impõe-se ao longo de 300 metros, destacando-se, também, a Igreja cujo Portal Sul está faustosamente decorado com imagens do Santo Padroeiro Português, o Arcanjo São Miguel (no topo) e a Nossa Senhora de Belém (no centro). O Mosteiro dos Jerónimos, ou Real Mosteiro da Nossa Senhora de Belém, está simbolicamente ligado à herança portuguesa (pouco depois dos Descobrimentos) e foi fundado no início do século XVI pelo monarca D. Manuel I. A construção teve início no virar do século, sendo que a colocação simbólica da 1ª pedra teve lugar 6 de janeiro (Dia de Reis) de 1501 ou 1502. O Mosteiro foi doado aos monges Jerónimos, que aí residiram até meados do século XIX. É a verdadeira “epítome” do estilo Manuelino, como se pode verificar através da densa presença de elementos religiosos, náuticos e da realiza, talhados em pedra. Para além da igreja Manuelina, este complexo monástico preserva uma das mais magníficas estruturas que contribuíram para o seu reconhecimento internacional, incluindo o Claustro do século XVI, o antigo Refeitório dos Monges e a antiga Biblioteca.

Igreja e Convento da Graça

A Igreja da Graça, uma das mais antigas de Lisboa, construída em 1271 foi oferecida aos Eremitas de Santo Augusto, embora a presente estrutura Barroca tenha sido construída no século XVIII, logo após o terramoto de 1755 ter destruído a fundação original. É no interior que se avistam as primeiras impressões: um intricado teto pintado, a estátua (ligeiramente arrepiante) de São Tomás de Villanova, duas cadeiras de mármore ornamentado na Sacristia, e ainda algumas esculturas em talha dourada do estilo Rococó nas capelas… Em direção ao convento geminado encontra-se um salão branco cujas paredes são forradas com azulejos históricos dos séculos XVI, XVII e XVIII. A entrada para ambos é gratuita. Para além da igreja, é possível apreciar a maravilhosa vista que envolve Lisboa no Miradouro da Graça. Este é o mais alto da cidade. O acesso pode ser desafiante, uma vez que é pedonal e pela colina acima, no entanto, vale completamente a pena!

São Jorge é uma ilha repleta de pastos verdejantes a perder de vista, localizada em pleno Atlântico é considerada um autêntico paraíso para as vaquinhas. Estas avistam-se em qualquer ponto da ilha, conhecida pela produção de leite para o tão afamado Queijo da Ilha (de São Jorge); a fonte de rendimento para a maioria das famílias. A produção de leite representa 70-80% da economia da ilha.

Na movimentada baixa de Ponta Delgada, a maior cidade e a capital do arquipélago dos Açores, é possível avistar uma enorme estátua de vaca cuja localização estratégica se assemelha a uma sentinela da cidade. Os bovinos são a verdadeira mascote e símbolo dos Açores, estando presentes em praticamente todo o lado, desde postais a copos de licor e, até em decorações natalícias, disponíveis para compra nas inúmeras lojinhas frequentadas pelos turistas. Já os habitantes locais preferem abastecer-se do Queijo da Ilha na famosa loja “O Rei dos Queijos”, contígua ao edifício do mercado.

Escusado será dizer que, nos Açores, os laticínios nunca faltam! Da manteiga amarelinha pronta a barrar no pão, ao queijo fresco servido com pimenta ao pequeno-almoço; já ao jantar o protagonista é o queijo curado servido com Ananás dos Açores e vinho do Porto, que não pode faltar.

A produção de queijo nos Açores sempre ocorreu, desde que as ilhas foram colonizadas no século XV e apesar de o arquipélago estar a mais de 1500 km de distância do continente e de as suas terras apenas representarem 3% do país, hoje em dia, são responsáveis por mais de 50% da produção de queijo nacional e 30% do leite. Existem duas variedades de leite cru com Denominação de Origem Protegida: o Queijo Curado de São Jorge e o Queijo Amanteigado do Pico.

O edifício de tijolo encarnado, conhecido por Museu da Eletricidade, localiza-se numa das margens do Tejo e demorou quase 50 anos até ficar concluído. É um excelente exemplo da arquitetura industrial do início do século XX, e complementa de um modo belo as exposições de arte moderna; pelo que é um dos locais de visita a não perder! Ao visitar o museu, aprende-se sobre o dia-a-dia na central termoelétrica que aí operou até 1951- responsável pelo fornecimento de eletricidade da grande Lisboa; mas também sobre o presente e futuro desta fonte de energia, dado que o museu recebe exposições que tentam ao máximo combinar a arte com a ciência. A visita inicia-se com uma explicação do funcionamento da central termoelétrica e do ambiente de trabalho vivido durante o seu pico de atividade. Para além disto, existe ainda uma demonstração do funcionamento da maquinaria existente, que ainda opera em perfeitas condições, acompanhada de figuras que representam antigos colaboradores e que demonstram algumas das tarefas desempenhadas. É também dedicado algum tempo às diversas fontes de energia, cientistas mais importantes na história e evolução da produção de eletricidade e jogos/ atividades lúdicas para a consolidação de conhecimentos. Existem outros espaços, dedicados a exposições de caráter temporário, que recebem os mais variados projetos artísticos, de entre os quais fotografia, pintura, escultura… Para quem estiver interessado nestes temas ou prefira uma visita mais personalizada, é possível marcar uma que inclua a passagem pelas áreas mais secretas que, normalmente, não estão abertas ao público (sala da caldeira e os seus vários pisos; sala do reostato e o tapete de distribuição do carvão, a torre de mistura, fonte e túneis). A melhor maneira de aceder a todos os cantos escondidos do museu!

Teatro Nacional Dona Maria II

  Esta é uma das maiores construções Neoclássicas e fica na praça do Rossio. A fachada frontal é um dos melhores exemplos deste estilo arquitetónico, cuja aparência remonta a inúmeras fachadas da Roma antiga (e a diversos edifícios governamentais espalhados pelo mundo). O Teatro Nacional Dona Maria II ficou concluído em 1842 e, desde então, tem recebido inúmeras atuações.