Uma região fascinante, rica em história
A região do Alentejo é charmosa e a sua história é deveras rica, com milhares de anos. As suas paisagens, herança arquitetónica, cultura e legado de monumentos são únicas e excecionais! A UNESCO reconheceu e protegeu muito do seu património e paisagens. A região também oferece uma envolvência imersa na natureza de extrema beleza. Não há desculpa para não explorar as redondezas e deixar-se envolver pela natureza. É como se estivesse num recreio a céu aberto de paisagens intocadas de vinhas, sobreiros e oliveiras, campos de flores silvestres e girassóis que dançam ao sabor do vento. Uma zona de campo épica com planícies a perder de vista, montanhas, praias incríveis, lagos extensos e quintas sossegadas; uma diversidade de habitats para a variedade de vida selvagem.A Influência do Império Romano
A ocupação Romana em Portugal durou mais de 700 anos, desde o século III a.C., até ao século IV d.C., e o reflexo disto foi a construção de cidades, estabelecimento de governos civis, plantação de colheitas e o planeamento e construção de uma rede de estradas. Roma deixou marcas que ainda hoje perduram: produção vinícola, o uso de aquedutos (como por exemplo os de Évora e de Elvas) e a língua portuguesa (que deriva do Latim). Até a tão característica calçada se acredita ter tido origem nos mosaicos romanos. As Portas de Évora foram inseridas no Eixo Este-Oeste, ao passo que o Arco Romano está ligado ao Castelo. É o único exemplo existente que assistiu à implantação do modelo ideal da cidade Romana, que consistia na interseção de duas estradas principais com orientação Este-Oeste e direção Norte-Sul. A implantação deste sistema resultou numa organização geométrica do espaço urbano.Ponte Romana do Rio Brenhas
Também apelidada de Ponte Romana de Moura ou Ponte de Moura, é uma ponte construída durante a ocupação romana na Península Ibérica. Foi integrada na romana Via de Ebora, cujo início era em Rossio do Carmo e se estendia até ao porto de Évora, juntamente com o rio Guadiana, ligando a vila romana através da Ribeira de Ardila. A ponte fica já fora da Estrada Nacional 255, ao longo de uma estrada de terra batida à saída de Moura em direção a Amareleja. Fica numa zona isolada de planícies envoltas por olivais e vegetação densa.O Sobreiro…Quercus Suber… ou Árvore da Cortiça:
Ao percorrer Portugal, sobretudo as regiões do Alentejo e Algarve , é possível avistar árvores “descascadas”, esculpidas de tom encarniçado e um tanto ou quanto feias, com números pintados de branco no que resta dos seus troncos. Estas são as Quercus Suber, sobreiros de folha perene, que largam pelo chão as suas bolotas e desenvolvem uma casca espessa, a cortiça. Portugal produz mais de metade da cortiça em todo o mundo, e a sua exportação tem vindo a aumentar de forma exponencial nos últimos anos, sendo o país responsável por mais de 70% da exportação mundial.
O Sobreiro é nativo do Sudoeste europeu e do noroeste africano onde se dá bem com o clima: precipitação abundante e bem distribuída, pequenos períodos de seca no verão equilibrados pela humidade atmosférica, invernos deveras suaves, céu limpo e luz solar abundante, solos profundos, permeáveis e ricos em sílica.
Fascinantes e com uma importância de grande ordem, os Sobreiros apoiam uma grande diversidade de ecossistemas e, por este motivo, são uma espécie protegida cujo processo de recolha da cortiça é alvo de uma legislação e regulamentos fortes em Portugal. Existem cerca de 50 milhões de Sobreiros registados no país.
As espécies, que cobrem aproximadamente 8% da área total de Portugal e constituem 28% da sua camada florestal, prosperam melhor nas zonas centro e sudeste do país, nas quais se concentram os maiores índices de cortiça de gama superior.
A Colheita
odos os anos, entre meados de maio a meados de agosto, se inicia a colheita da cortiça em Portugal, levada a cabo por recolectores com formação especializada para tal. Assim que um Sobreiro atinja os 25 anos, a sua “cortiça virgem” pode ser recolhida, sendo que o ano de retirada da mesma é marcado no mesmo (pintado-se o último número correspondente ao mesmo). A lei portuguesa proíbe que seja retirada a cortiça de um sobreiro mais do que uma vez num período inferior ou igual a 9 anos, para que assim se preserve e proteja a espécie. É quando o sobreiro atinge os 38 anos que a sua casca atinge a qualidade suficiente para que a cortiça seja utilizada para a produção de rolhas. A colheita da altura da árvore é determinada pelo diâmetro da mesma; se a árvore tiver 1 metro de diâmetro, pode-se recolher 3 metros da altura do sobreiro. Um Sobreiro tem uma vida média de cerca de 150 a 200 anos, o que significa que a colheita pode ocorrer até 15 vezes durante o seu ciclo de vida. O Processo Após a colheita, a cortiça é transportada por camiões para centrais de estabilização para ser preparada para os mais diversos processos de produção (de destacar a produção de rolhas de cortiça). Primeiramente, os pedaços de casca são prensados sob placas de cimento durante 6 meses, depois a cortiça é esterilizada com recurso a uma caldeira de grandes dimensões. Depois, a cortiça é classificada em graus de qualidade para diferentes usos, por trabalhadores experientes que visualmente asseguram a qualidade da mesma. As rolhas de cortiça são produzidas no norte de Portugal e daí, são exportadas para toda a Europa. Os resíduos de cortiça que sobram podem ser utilizados para pavimentos e materiais de construção, mobiliário, acessórios para a casa, entre tantas outras aplicações; mas também para design ecológico baseado na cortiça, uma tendência cada vez mais emergente no mercado. A Indústria A indústria europeia da cortiça produz mais de 300 000 toneladas por ano, o que representa um valor na ordem dos 1.5 biliões de euros, empregando mais de 30 000 pessoas. As rolhas de cortiça representam mais de 15% da utilização desta matéria-prima, com 66% do total da receita gerada. Dos países produtores, Portugal assume um papel de extrema importância no uso industrial da cortiça, ocupando a posição cimeira. Possui 500 fábricas, que empregam mais de 20 000 colaboradores/as, equipadas com maquinaria avançada e fazendo uso de tecnologia de ponta, o que permite que a produção vá de encontro aos elevados níveis de procura.
A nordeste, na aldeia de Algarvia, encontra-se o
“Miradouro da Vigia das Baleias”
. Aqui, tal como o nome indica, tem-se uma vista incrível sobre a costa nordeste de São Miguel. Tal como os integrantes dos baleeiros há muito tempo atrás, pode-se usar binóculos para a observação das baleias que percorrem a costa. Do lado oposto, apresenta-se a cadeia montanhosa que se ergue desde este até ao centro da ilha. Com o cume do Pico da Vara que se ergue a mais de 1100 metros de altura, a vista é, sem dúvida, impressionante.Cromeleque de Almendres – da era pré-histórica
Considerado a StoneHenge de Portugal. Poucos são os lugares que conseguem transmitir uma mística tão poderosa e que permaneça inalterada com a passagem do tempo. A propriedade de Almendres em Nossa Senhora de Guadalupe, possui orgulhosamente um desses monumentos, de tempos mágicos e esquecidos, capaz de nos teletransportar e fazer imaginar a época pré-histórica. Este sítio de interesse fica perto de Évora e recebe visitantes de todo o mundo. O Cromeleque de Almendres foi descoberto em 1964 pelo investigador Henrique Leonor Pina, enquanto efetuava trabalhos para o mapa geológico de Portugal. Foi classificado de propriedade de interesse público em 1974, constituindo o maior aglomerado de menires da Península Ibérica. Em 2015, foi reclassificado como Monumento Nacional. Atualmente, é parte integrante do Circuito Megalítico de Évora e do Alentejo. Há, aproximadamente, 7000 anos, durante o período neolítico, a Península Ibérica assistiu a um progressivo sedentarismo dos seus habitantes. Desde caçadores que seguiam as migrações sazonais das suas presas, os humanos começaram a cultivar as terras e a criar gado para garantirem a sua autossuficiência. Assim, as populações com raízes sólidas e personalidades bem definidas começaram a prosperar. Eram diferentes, tendo em conta os locais onde se estabeleciam e as tradições que adotavam e vieram a desenvolver. O Cromeleque de Almendres reflete, em grande proporção, a era do encantamento pagão, conhecido como a Nova Idade da Pedra. Construído de face para o nascer e por do sol, este complexo megalítico (mega=grande; litho=pedra) localiza-se numa encosta suave na propriedade de Almendres. Um autêntico símbolo do Alentejo. Formado por dois complexos, construído entre o final do século VI e o terceiro milénio a.C, este cromeleque é um dos maiores e mais importantes do mundo e é bem mais antigo do que a famosa Stonehenge! No seu auge, o complexo arqueológico do Cromeleque de Almendres teria tido mais de 100 monólitos, pedras de granito de várias dimensões, todas dispostas em círculo ou forma de elipse. Desses 100, ainda existem 95 em perfeito estado de conservação, que poderão ser visitados sempre.
O Cromeleque de Almendres teve 3 fases de construção. Os 3 círculos concêntricos dos monólitos, de forma oval, datam de inícios do Neolítico. O complexo de duas elipses irregulares foi construído em meados do Neolítico e, no final deste período, ambos os complexos foram modificados, assumindo a forma que ainda hoje conservam.
Apesar de os monólitos possuírem, na sua grande maioria, um formato oval, existem muitos megalitos (pedras maiores) de forma alongada. Uma destas pedras levantadas assume uma dimensão enorme; intimamente ligada ao cromeleque, apesar de isolada do mesmo, esta pedra trata-se do Menir de Almendres. Durante o solstício de verão, quando visto do cromeleque, o Menir de Almendres aponta para o nascer do sol.
Apesar de a verdadeira função do Cromeleque e do Menir de Almendres não ser conhecida, a forte ligação que estes têm com a agricultura e a criação de gado é inegável. Um dos mais importantes historiadores do país, o já falecido, Professor José Hermano Saraiva, acreditava que a impregnação do interior da terra com estas pedras alongadas se assumia como uma espécie de culto à fertilização da terra com o cultivo da mente.
O Menir e uma série de outras pedras que foram erigidas no Cromeleque de Almendres possuem decorações em relevo, que nos relembram da lavoura e da criação de gado. Chamam-se báculos ou, por outras palavras, gravuras com a forma de um cajado. Outras das gravuras predominantes nos menires são as linhas onduladas e radiais, círculos e pequenas covas. Hoje em dia, todos os menires estão numerados, e recomenda-se que vejam os decorados, com os seguintes números: 5; 13; 48; 56; 57; 58; 64 e 76.
O Cromeleque de Almendres está envolto numa aura encantada e cheia de misticismo, sendo uma verdadeira relíquia histórica capaz de nos teletransportar à era Neolítica. Ao percorrer os menires sente-se um espírito deveras simples e pacífico, vivenciando-se uma era em que a natureza imperava no modo de vida.