Se já esteve nos Açores, há uma série de moinhos nas diferentes ilhas e que merecem uma visita. A construção dos moinhos teve início no século XVI e estes foram essenciais para o desenvolvimento económico das ilhas, dado que a moagem de cereais era um dos principais agentes da produção alimentar.
Os moinhos têm ainda um tremendo significado histórico, dado que foram trazidos pelos colonos da Flandres e de Portugal. Alguns dispõem de velas de grelhas retangulares típicas da Flandres, ao passo que os portugueses dispõem de velas triangulares típicas do país.
O moinho localizado no meio das famosas vinhas do Pico, chama-se Moinho de Frade e é uma cópia exata daquele que outrora ali figurou, construído no século XX. É um moinho de pás rotativas, que ainda mantém no seu interior o sistema de moagem original e pode ser visitado no verão. Caracteriza-se pela sua forma em cone com base de pedra, com uma estrutura superior em madeira, chamada de casota.
Na ilha do Faial existem 39 moinhos, sendo que a maioria ainda não foi restaurada e apenas 11 são considerados edifícios de interesse público. Foram construídos em finais do século XIX.
Pico
Com 2 351 m de altura, o Pico é a montanha mais alta de Portugal, e domina grande parte da paisagem da ilha homónima.
Aqui, a maioria das construções é em basalto vulcânico, incluindo os muros que envolvem e separam as vinhas locais, protegendo-as da brisa marítima e de outras condições meteorológicas mais graves.
O solo vulcânico é fértil e rico em minerais, pelo que o Pico é um sítio de referência para os enólogos. A Cooperativa Vitivinícola (com mais de 70 anos) em Madalena, a capital da ilha, permite a realização de provas de vinho informais que incluem o verdelho, um vinho verde produzido na ilha com recurso a uma variedade de uvas endémicas.
De modo a manter o espírito de proximidade com a terra, vivido na ilha, foi construído um resort com Villas que se assemelham às casas de basalto. A construção das 14 villas contemporâneas contou com o uso de pedra e madeira local.
Igreja de Santo Antão
Apesar da sua recente construção, esta igreja foi erguida no exato local da antiga que sobreviveu ao terramoto de 1755, mas que sucumbiu num outro terramoto, desta vez em 1980.
O órgão da igreja foi construído por Tomé Gregório, tio do compositor Francisco de Lacerda.
A festa em honra do santo padroeiro ocorre normalmente no terceiro fim de semana de janeiro.
Igreja de São Nicolau
As Sete Cidades é um dos lugares mais especiais de São Miguel, cujas lagoas situadas na cratera de um vulcão extinto são ligadas através de uma ponte. A Igreja de São Nicolau, possui uma estrada de acesso que se encontra envolta por imponentes pinheiros da variedade Araucária, que datam da sua construção em 1849. O interior é pequeno e fechado e, no exterior, para além dos pinheiros, encontram-se maravilhosos arbustos em flor, assim como hortenses, a flor mais popular dos Açores.
Poucos são os lugares no mundo que permitem explorar e entrar dentro de um vulcão. Um desses lugares é Algar do Carvão, localizado na ilha da Terceira. Tem este nome uma vez que as paredes da gruta são formadas de lava-preta.
Para entrar há que descer a chaminé do vulcão que, atualmente, não contém lava alguma, atravessar o túnel e descer as escadas de acesso às grutas mais abaixo. Mesmo no fundo, há um lago transparente formado pela acumulação das águas da chuva, com estalactites e estalagmites únicas.
Assim, o Algar do Carvão é, sem dúvida, um dos poucos no mundo em que se pode visitar a chaminé vulcânica e as câmaras magmáticas secundárias. A erupção vulcânica ocorreu há 3200 anos e fez com que a rocha vulcânica se tornasse bastante rica em sílica . Foi seguida de outra erupção, esta há 2,000 atrás, mas cuja lava rica em basalto permitiu a formação das câmaras magmáticas.
Graças a isto a chaminé do vulcão e as câmaras subterrâneas ficaram vazias quando tudo assentou; assim este é o único local em que as formações podem ser vistas de modo seguro (isto é, sem ser “cozinhado vivo”). O que mais salta à vista são as estalactites e estalagmites formadas de sílica, sendo que é neste local que existe a sua maior concentração.
As visitas e manutenção do vulcão estão a cargo de uma associação local, Os Montanheiros. O primeiro grupo de Montanheiros a entrar no interior do vulcão foi em 1963, sendo que em 1968 guiaram o primeiro grupo de visitantes.
O ilhéu secreto de Vila Franca do Campo
A outrora ilha privada da propriedade da família Gago Da Câmara, proprietária da Gorreana, que fica fora da costa de São Miguel, adquiriu o seu nome tendo em conta a cidade através da qual é visto; Vila Franca. Vila Franca era a capital da ilha de São Miguel e, outrora, um dos primeiros locais de fixação em todo o arquipélago dos Açores.
Após um enorme terramoto por volta de 1500, os habitantes decidiram mover a capital para a outra ponta da ilha em Ponta Delgada, uma pequena aldeia pescatória, entre duas baías naturais. A cidade de Vila Franca tornou-se mais na cidade dos retiros e escapadelas de fim de semana, permanecendo uma das áreas sossegadas da ilha, repleta de vegetação exótica, perfeita para amantes de praia e aluguer de casas de campo.
O ilhéu de Vila Franca é o sítio perfeito para relaxar no meio da beleza das suas áreas florestais que envolvem a antiga cratera de onde, outrora, submergiu um vulcão. As águas no interior da baía são calmas, já que o pequeno canal fica de frente para a ilha de São Miguel e não para o pleno oceano, pelo que está protegido das inesperadas ondas do Atlântico. A ilha encontra-se a, cerca de, 1km da costa de São Miguel, apesar de dar a ilusão de que esta distância é deveras reduzida, pelo que não se aconselha atravessar a nado, dado que as correntes são fortes e as águas imprevisíveis. O ilhéu foi classificado reserva natural, pelo governo local desde que este procedeu à compra do mesmo em 1980; medida que serviu para controlar o número de visitantes diários.
O ilhéu tornou-se uma lenda entre os pescadores, pelo que muitas são as histórias contadas acerca das míticas criaturas submarinas que se avistam, apesar de não existirem quaisquer provas da passagem de mamíferos pelo ilhéu.
“Miradouro da Vigia das Baleias”
. Aqui, tal como o nome indica, tem-se uma vista incrível sobre a costa nordeste de São Miguel. Tal como os integrantes dos baleeiros há muito tempo atrás, pode-se usar binóculos para a observação das baleias que percorrem a costa. Do lado oposto, apresenta-se a cadeia montanhosa que se ergue desde este até ao centro da ilha. Com o cume do Pico da Vara que se ergue a mais de 1100 metros de altura, a vista é, sem dúvida, impressionante.As ilhas dos Açores são conhecidas pela sua beleza inigualável e biodiversidade, deveras apreciadas pelos amantes da natureza e de atividades ao ar livre.
No entanto, uma das coisas que mais passa despercebida é o facto de os Açores serem um dos melhores destinos no mundo para a observação de baleias.
Os Açores são a casa permanente e ponto de passagem para mais de 20 tipos diferentes de baleias e espécies de golfinhos, fazendo com que as ilhas sejam um dos maiores santuários de baleias em todo o mundo. Tal deve-se devido à conjugação das águas profundas para lá da costa, com a origem vulcânica das ilhas e temperaturas amenas do ar e da água que tornam o arquipélago no local ideal para os visitantes que pretendem embarcar na aventura da observação de baleias.
Poucas são as palavras que conseguem descrever a beleza das nove ilhas localizadas em pleno Oceano Atlântico e que constituem a região autónoma dos Açores.
Estas ilhas intocadas, de dimensões relativamente reduzidas e com uma população que pouco ultrapassa os 240 000 habitantes, estão repletas de quedas de água luxuriantes, praias encantadoras, vales de cortar a respiração e, não esquecer da joia da coroa, as Hortenses abundantes em qualquer das ilhas e a flor nacional do arquipélago.
Estas flores absolutamente lindas, foram introduzidas na região há séculos atrás por exploradores e missionários portugueses, no entanto prosperam sem precedentes e cresceram de um modo tão incisivo que levaram à devastação de grande parte da flora endémica da região.
O rico solo vulcânico, a par de níveis de precipitação constantes e um único clima que influencia a região são os fatores responsáveis pela propagação destas belas flores. O século XX foi particularmente repleto de Hortenses, mais especificamente nas ilhas de São Miguel, Faial, Flores e Graciosa. A variedade de cores é deveras incrível, com tons azuis, roxos, encarnados, rosa e em branco a salpicar as paisagens de Hortenses (algumas do tamanho de bolas de basket).
O Faial, é um autêntico paraíso para os portadores de iates, dada a sua localização central em pleno Atlântico, é provavelmente a ilha mais famosa do arquipélago para avistar as Hortenses, azuis e roxas, durante o verão.
As suas sementes não ditam de que cor será a planta; é o solo e os seus níveis de acidez que permitem alterar a cor das mesmas. Daí que em algumas zonas existam filas de Hortenses azuis e do outro lado da rua estas sejam roxas escuras, ou encarnadas claras, dado que é o solo que controla o tom das flores.
Está provado que o solo vulcânico, rico em minerais nestas ilhas, é o principal agente controlador dos níveis de acidez, pelo que a única alteração da tonalidade das Hortenses ocorre com a mudança das estações do ano (Hortenses azuis claras na primavera podem atingir um tom roxo escuro nos meses mais quentes do verão, até murcharem lentamente até ao ano seguinte).
Casas de basalto e rocha vulcânica
Desde cedo que os açoreanos se aperceberam que estas pedras permitem uma construção confortável, dada a sua extensa vida útil, não se degradarem com facilidade, manterem os insetos e ervas daninhas afastados e serem impermeáveis e reterem o calor. A cobertura das superfícies em pedra vulcânica não é afetada pela incidência de raios UV (ultravioleta), é resistente à formação de gelo, impermeável e praticamente indestrutível.Farol da Ponta dos Capelinhos
Localizado ao longo da península costeira da Ponta dos Capelinhos e Costa Nau, na ilha do Faial, o Farol da Ponta dos Capelinhos, apesar de inativo, continua a ser um símbolo icónico da ilha. Foi abandonado em 1957, devido à erupção (que durou mais de um ano) do vulcão dos Capelinhos, que destruiu uma série de edifícios ao seu redor. O primeiro andar do edifício continua enterrado pelas cinzas. As obras no farol de pedra com 20m de altura começaram a 18 de abril de 1894, no entanto a necessidade de construir um farol na ponta do Faial era defendida há vários anos por navegadores, funcionários e pela opinião pública. Dadas as queixas que fizeram ao governo, a expressar que “eram necessárias algumas luzes ao longo da zona costeira que envolvia as ilhas para indicar à navegação que atravessava aquelas águas da proximidade à terra, pelo que deviam ser tomadas importantes decisões.” No final do século XIX, o número de incidentes na região tinha atingido uma grande escala, com um aumento do tráfego, apesar de os registos mais antigos serem de 1678. O aumento da procura de ajuda à navegação generalizou-se, atingindo mais expressão sobretudo na década de 1880, quando a Sociedade Geográfica Portuguesa promoveu formalmente a construção de um farol na Ponta dos Capelinhos e Costa Nau. O farol ficou concluído e foi oficialmente inaugurado a 1 de agosto de 1903, e permaneceu operacional até ser atingido pela erupção do Vulcão dos Capelinhos que se iniciou em setembro de 1957. Esta erupção iniciou-se a 27 de setembro com uma pequena ebulição de água do mar a cerca de 1 km a oeste do farol e, alguns dias depois, a intensidade aumentou e tornou-se altamente explosiva. A projeção de cinzas atingiu entre 800m e 1200m. A coluna de vapor de água atingiu 3 a 4 km de altura e a erupção violenta continuou por um mês. A quantidade de cinza emitida foi de tal forma que formou uma ilha com 800m de diâmetro e 100m de altura em relação ao nível das águas do mar.A HISTÓRIA E LENDAS DA ERMIDA DE NOSSA SENHORA DA PAZ
Do lado oposto ao mirador, os degraus com azulejos azuis decorados com imagens cristãs, descem vários níveis em direção à capela. O caminho é emoldurado por Hortenses, assim como outros arbustos e plantas. A Ermida de Nossa Senhora da Paz foi construída em 1764 e presume-se que tenha sido erguida no mesmo local onde havia sido erigido um templo do século XVI. De acordo com a lenda, um pastor que estava em busca de um local para se abrigar do mau tempo, tem um vislumbre da Virgem Maria; imagem que partilhou com o pároco da região. No dia seguinte, um grupo de pastores confusos, depara-se com o mesmo vislumbre no exato lugar, onde havia ocorrido anteriormente; pelo que este grupo procede também à partilha da imagem com o pároco acima mencionado. O mesmo “fenómeno” ocorreu durante mais algumas vezes, pelo que a comunidade decidiu levar a cabo a construção de um santuário que salvaguardasse a imagem. Era, portanto, necessário arranjar materiais de construção, no entanto, no dia seguinte que correspondia ao início da obra, os construtores deparam-se com pilhas de materiais necessários no exato local da aparição da imagem da Virgem Maria. Assim, procederam à construção da Ermida de Nossa Senhora da Paz nesse local.São Jorge é uma ilha repleta de pastos verdejantes a perder de vista, localizada em pleno Atlântico é considerada um autêntico paraíso para as vaquinhas. Estas avistam-se em qualquer ponto da ilha, conhecida pela produção de leite para o tão afamado Queijo da Ilha (de São Jorge); a fonte de rendimento para a maioria das famílias. A produção de leite representa 70-80% da economia da ilha.
Na movimentada baixa de Ponta Delgada, a maior cidade e a capital do arquipélago dos Açores, é possível avistar uma enorme estátua de vaca cuja localização estratégica se assemelha a uma sentinela da cidade. Os bovinos são a verdadeira mascote e símbolo dos Açores, estando presentes em praticamente todo o lado, desde postais a copos de licor e, até em decorações natalícias, disponíveis para compra nas inúmeras lojinhas frequentadas pelos turistas. Já os habitantes locais preferem abastecer-se do Queijo da Ilha na famosa loja “O Rei dos Queijos”, contígua ao edifício do mercado.
Escusado será dizer que, nos Açores, os laticínios nunca faltam! Da manteiga amarelinha pronta a barrar no pão, ao queijo fresco servido com pimenta ao pequeno-almoço; já ao jantar o protagonista é o queijo curado servido com Ananás dos Açores e vinho do Porto, que não pode faltar.
A produção de queijo nos Açores sempre ocorreu, desde que as ilhas foram colonizadas no século XV e apesar de o arquipélago estar a mais de 1500 km de distância do continente e de as suas terras apenas representarem 3% do país, hoje em dia, são responsáveis por mais de 50% da produção de queijo nacional e 30% do leite. Existem duas variedades de leite cru com Denominação de Origem Protegida: o Queijo Curado de São Jorge e o Queijo Amanteigado do Pico.
Portas da Cidade
Foram construídas em 1783 e a sua localização inicial ficava a uns escassos metros da atual (no início da década de 50 (século XX), as portas foram demolidas e reconstruídas). A construção é em basalto, com três arcos sendo o central o maior; conta ainda com alguns elementos barrocos (símbolos do país e de Ponta Delgada). Diversas personalidades importantes atravessaram essas portas, com destaque para Monarcas e Presidentes da República: D. Pedro I do Brasil, D. Carlos e D. Amélia, Alberto I e Alberto II (Príncipes do Mónaco), os Reis de Espanha D. João Carlos e D. Sofia, e os Presidentes da República, desde Craveiro Lopes a Américo Tomás, Mário Soares e Cavaco Silva.Igreja da Misericórdia
O primeiro hospital açoriano foi fundado em Angra do Heroísmo, mediante o Acordo da Irmandade do Espírito Santo a 15 de março de 1492. Um dos fundadores foi João Vaz Corte-Real, Capitão Donatário de Angra e que descobriu a Terra Nova. A irmandade que se formou juntou-se à já existente e ordenaram a construção da igreja no século XVIII. Esta igreja, que ainda hoje existe, possui dois altares que estão de frente um para o outro (o Altar do Espírito Santo à esquerda e o Altar de Santo Cristo das Misericórdias à direita). A Igreja, localizada em Angra do Heroísmo, está atualmente classificada de Edifício de Interesse Público.São Miguel é o único sítio do mundo em que os ananases são cultivados em estufas!
Ainda que existam na ilha mais de 6000 plantações de ananás, apenas algumas permitem visitas ao público, incluindo a Ananás Arruda, Plantação de Ananás dos Açores e Ananás de Santo António.
Após a cultura de laranjas na ilha ter desvanecido completamente, em meados do século XIX, Augusto Arruda decide tentar a sua sorte com a produção de ananás, que na altura apenas se conseguia importar do Brasil. Iniciou a produção dos mesmos há mais de 100 anos atrás na Fajã de Baixo, nas imediações da grandiosa propriedade da sua família.
Os níveis de fertilidade sem precedentes do solo da ilha, aliados à precisão dos métodos de maturação no interior das estufas, fazem com que a produção dos frutos tenha uma qualidade inigualável, Apesar de pequenos, os ananases são mais doces que o normal e os seus níveis de acidez estão abaixo dos níveis mundiais.