A cultura de Lisboa é representada pela gastronomia, música, arte e arquitetura, tal deve-se a um ambiente em que a hospitalidade e arte de bem receber são de excelência. Assim, a cidade é altamente cosmopolita e detém uma das maiores percentagens de residentes estrangeiros do mundo.
Lisboa conta como um dos lugares pioneiros da história dos Descobrimentos, dado que foi o ponto de partida das viagens de Vasco da Gama. Graças aos Descobrimentos, a riqueza de Portugal aumentou exponencialmente e o país assumiu-se líder nas trocas comerciais do ouro e especiarias; ainda hoje é possível encontrar vestígios dessa riqueza em alguns dos edifícios mais antigos da cidade.
O que definiu a Lisboa atual foi, no entanto, o catastrófico Terramoto de 1755 e os subsequentes incêndios e tsunami, que destruiu cerca de 75% dos edifícios/ infraestruturas existentes; cujo projeto de reconstrução foi levado a cabo pelo Marquês de Pombal. Este planeou uma cidade dotada de praças espaçosas, passeios largos e edifícios de estatura média com resistência anti-sísmica. A entrada oficial de Lisboa continha um conjunto de escadarias largas em mármore desde o início do Tejo até à Praça do Comércio.
Tal como Roma, Lisboa está localizada entre 7 colinas e, apesar de deter bons acessos pedestres, alguns dos bairros ficam em encostas tão íngremes que os seus habitantes fazem uso de elevadores e dos Elétricos, para facilitar as suas deslocações. Em muitos lugares a via é estreita, o que dificulta a circulação rodoviária, assim os Elétricos são a alternativa mais popular e ecológica.
A maioria dos edifícios mais aclamados tem tido sucesso a manter a sua identidade, história e tradição; pelo que os estilos arquitetónicos mais presentes em Lisboa são: Manuelino, Pombalino, Barroco, Gótico, Mourisco e Neoclássico. Esta diversidade deve-se ao facto de a cidade se ter visto sob a alçada de diferentes líderes, impérios e sistemas; hoje em dia, apesar de a arquitetura moderna ter assumido uma forte presença (e abraçar a vista do poderoso Tejo; de destacar a Gare do Oriente, Pavilhão de Portugal, MAAT…), alguns aspetos de infraestruturas de maior importância histórica são mantidos. As fachadas com azulejos tipicamente portugueses e a calçada portuguesa, são alguns desses exemplos.
Sentido norte, a transição entre a cidade e os subúrbios não está firmemente estabelecida. Centros comerciais e grandes superfícies (Amoreiras e Colombo, por exemplo), aliados a complexos residenciais, estendem-se pela zona do Marquês de Pombal (projetos levados a cabo por arquitetos/as de Lisboa).
O desenvolvimento dos subúrbios começou a afetar o funcionamento da cidade, a partir da segunda metade do século XX, altura em que Lisboa “perdeu” cerca de metade dos seus habitantes, que se mudaram para estes. Novos complexos imobiliários substituíram edifícios industriais na Grande Lisboa. A norte, perto do campus da Universidade de Lisboa, Alvalade (que se espalhou ao longo de 1940 e 1950) e Telheiras (cujo desenvolvimento se deu de 1970 a 1990), são dos melhores exemplos do planeamento urbano do século XX. Muitas famílias influentes mudaram-se da cidade para as mais recentes áreas habitacionais de Oeiras, Cascais e Sintra.
Apesar de a Área Metropolitana de Lisboa (AML) ocupar, apenas, cerca de 3% da área total do país, mais de 25% dos habitantes residem ali. Lisboa testemunhou um aumento populacional nos anos 70, devido ao êxodo rural e aos “Retornados” (que viviam nas antigas colónias portuguesas em África, e que regressaram após o 25 de abril; pelos anos 80, a taxa de migração havia estabilizado.
Nos anos 90, no entanto, a maioria dos imigrantes era proveniente de Cabo Verde e contribuíram fortemente para o aumento da taxa de natalidade do país nos anos seguintes.
No início do século XXI, a população estrangeira residente em Portugal representava 10% dos habitantes em Lisboa. Para além dos cabo-verdianos, chegaram imigrantes provenientes do Brasil, Angola, Guiné-Bissau e uma série de países europeus. Existem também pequenas comunidades do sul asiático na AML; apesar de estes fluxos migratórios condicionarem os recursos da cidade, a população diversificada tornou Lisboa num epicentro cosmopolita e dinâmico. A cidade, tem vindo a assumir importância internacional e é o local de residência escolhido por espanhóis, italianos, alemães, britânicos, brasileiros, americanos, canadianos e africanos.