Portugal é um país com uma diversidade de trilhos notável e alguns dos mais míticos localizam-se no Vale do Douro. Desde pequenos passeios à descoberta das vinhas, campos de oliveiras e de aldeias idílicas, a caminhadas intensas e íngremes em direção aos miradouros com melhor vista. É de destacar o miradouro do Casal de Laivos, São Leonardo de Galafura ou de São Salvador do Mundo. Não há melhor forma de descobrir uma região tão pitoresca do que a pé.
Ainda que o Vale do Douro tenha sido renovado por paisagens de sonho, as cidades e vilas não devem ser subestimadas. Pinhão, com uma localização plena de serenidade na qual confluem o Rio Douro e Pinhão, é um dos locais a não perder! Quer seja pela sua estação ferroviária, adornada com 25 azulejos pintados à mão e que representam a paisagem envolvente e vinícola, mas também por ser o centro no qual a produção vinícola teve início. Em Lamego, é possível admirar a arquitetura Barroca, no topo da Capela (acessível através de 686 degraus) e em Favaios a aventura apresenta-se mediante provas do vinho moscatel local acompanhado de pão tradicional.
O Vale do Douro é também conhecido pela sua gastronomia local, longe de ser leve. Nas tradicionais tascas, os menus são constituídos por pratos de carne e peixe, bem como de intensos estufados e guisados. Entre as especialidades, é de destacar o bacalhau grelhado, leitão assado e salada de polvo, assim como tábuas de queijos e charcutaria, impossíveis de ficar indiferente.
Acessível através de uma rede de estradas que serpenteiam as colinas (a N22, uma das mais bonitas do país, dada a localização), o Vale do Douro também tem acesso por comboio ou barco/ cruzeiro, opções cuja vista providenciada é ainda melhor! Zona de barragens, sobretudo desde a construção de 8 durante a segunda metade do século XX, escusado será dizer que a visita de barco/ cruzeiro é indispensável! Com diversas opções de passeio disponíveis, desde apenas algumas horas a roteiros com duração superior a 4 dias, nos quais se pernoita na embarcação, é possível experienciar o longo percurso do Porto à Régua. Outrora a navegação era deveras desafiante, mas após a construção das barragens o processo tornou-se mais fácil e agradável; isto porque em tempos idos o vinho do porto era transportado em barcos de fundo raso, os Rabelos, desde as quintas inóspitas ao coração da cidade do Porto.
A linha de comboio do Douro é uma das mais míticas da Europa, fazendo ligação do Porto às cidades de Rio Tinto, Ermesinde, Valongo, Paredes, Penafiel, Livração, Marco de Canaveses, Pinhão, Régua, Tua e Pocinho. O percurso estende-se ao longo de 175 km, e é possível ter uma perceção dos socalcos nos quais a vinha é plantada. Esta experiência, sem dúvida memorável, decorre aos sábados, de maio a outubro.
O Douro Vinhateiro, alia a beleza natural ao passado industrial, de um modo impressionante; prova disso é o microclima existente no qual oliveiras, amendoeiras e vinhas prosperam com facilidade.
O Museu do Douro, em Peso da Régua (vista como a Capital do Vale do Douro), é o local perfeito para aprender acerca da história, gastronomia e vinhos da região, dando destaque à Cave Sandeman no alto da colina; em Foz Côa a paragem principal é o Parque Arqueológico do Vale do Côa, no qual se avistam formações rochosas do Pré-Histórico, com mais de 20 000 anos a.C.
O Museu de Lamego apresenta um espólio de arte do pintor português do século XVI, Vasco Fernandes, e no Palácio Episcopal do século XVIII estão disponíveis uma série de exposições de caráter religioso.
A Rota Românica, permanece ainda um segredo bem guardado, é um dos mais completos e interessantes projetos em Portugal. Os visitantes percorrem as vinhas, enfrentando subidas íngremes até que desçam ao rio, sempre na presença de uma vista de tirar o fôlego acompanhada de igrejas, capelas, mosteiros e pontes cuja história se descobre.